Joselita Cardeal de Oliveira, nasceu há quase um século Raso, 20 anos depois de ter seu nome mudado para Araci. Os tabaréus que nasceram de 1904 pra frente, quando o Raso passou a ser chamado de Araci, gostavam de ser identificadas como “alguém do Raso”, as tabaroas também.
Litinha de dona Dia e Cândido, onde chagava era Litinha do Raso. Nasceu em1924 e em seu querido Raso, cresceu, tornara-se em uma das bonitas mocinhas que passeavam pela Praça Nossa Senhora da Conceição, nos dias de festa, com mais constância na festa de Nossa Senhora padroeira da cidade. Litinha ainda nova, permitiu que seu coração cedesse aos galanteios de um jovem, destacado por ser progênie dos Carvalhos, família tronco da descendência do capitão José Ferreira de Carvalho e mesmo sendo parente próximo, aceitou namorar o galanteador. Seu nome era Telmo. Telmo de seu Virgílio e dona Natalícia. Virgílio, filho de José Pedro de Carvalho e Natalícia, filha de Bevenuto Ferreira de Oliveira, daí a parentesco entre os dois. Casamento entre parentes, era algo comum e até indicado por alguns clãs, mas com o passar dos séculos houve uma degeneração geral da humanidade e os casamentos entre primos, sobrinhos, e outros graus, começaram a ser perigosos.
Lita casou-se com Telmo de Oliveira Carvalho, com quem teve dois filhos. Esdras e Zenaide. Seu tempo de matrimonio foi cortado brusca e acidentalmente com a morte prematura de Telmo e Lita suportou uma viuvez de muitos anos, vividos em maior parte em Pernambuco e São Paulo, lugares onde batalhou como uma guerreira para educar seu casal de filhos.
Lá em São Paulo casou-se com Silas Lauriano que também faleceu, presenteando a ela mais um filho que chamaram de Jeferson.
Zenaide faleceu também de forma prematura, mas em todos estes anos de vida ao lado dos filhos Esdras e Jeferson, a “Litinha” como todos nós, sobrinhos, netos e bisnetos a chamávamos, lutou bravamente, por ser possuidora de um vigor físico abençoado e perfeita saúde e além dessas dádivas celestiais, a tia Lita, contagiava seus contemporâneos e os mais novos com sua força espiritual e disposição para lutar e viver.
Esse perfil iluminado, impulsionava a máquina de seus dias sobre a terra. De ano a ano, a festa dos, 50, 60, 70, 80 e passando os 90, no aniversário de seus 97 anos, Esdras e Jeferson, antecipavam o convite de 1 século de vida da mãe, sogra de suas esposas, vó e bisavó de tantas pessoas.
Mas o banquete centenário de Tia Lita foi adiado. Ela viajou antes da festa. Descansou no Senhor na manhã deste domingo (11). Estou convicto de que Deus não adiou essa comemoração por acaso, ou descaso, ao entusiasmo de todos, os que a amavam e já pressentíamos aquela alegria, tão perto de acontecer.
(A foto mais recente, feita em São Paulo, por ocasião da visita da cunhada, professora Aurineide, esposa de seu irmão, pastor José Pastor de Oliveira)
Como disse Laura, minha mãe e única irmã mais velha de Lita, quando faltavam três anos para nossa festa de comemoração de seus 100 anos. Dona Laura, gostava de citar o verso 20 do capítulo 65 de Isaias: - No céu...“não haverá velho que não cumpra os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos ;...”
Minha mãe estava alumiando que com a idade, os órgãos vitais vão deixando de funcionar satisfatoriamente; logo, se não posso pular, curtir, festejar com os banqueteadores, é melhor que seja adiado o banquete. Vamos festejar no céu. Lá aos 100 anos, me sentirei menina e com mil anos, ainda não serei capaz de contar os dias prometidos por Deus para viver a eternidade”.- proseava dona Laura!
O que o salmista Davi escreveu em seu Salmo 116:15, justifica o adiamento de alguns banquetes programados pela vida humana. “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos”. E quando Jesus terminou de falar sobra a parábola da grande Boda celebrada pelo seu Pai, ele disse que Deus dirá: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”; (Mateus 25:34).
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