Foi o que presenciei ontem ao tomar assento com minha esposa Zenaide e meus filhos Neto e Zeno no Restaurante Novo Sabor de Casa, na Rua Castro Alves em Feira de Santana. Sempre que saímos de algum atendimento ou procedimento médico no núcleo da Unimed, é lá que gostamos de almoçar.
Tomamos assento e no início da refeição, fomos surpreendidos com um apelo:
“Minha gente, vou tomar um pouco da atenção de todos pois vou fazer o que havia jurado pra eu mesma fazer, no dia de hoje. Uma homenagem a dona Marli cozinheira nesse restaurante”.
O Novo Sabor de Casa como sempre, tinha muita gente almoçando naquela hora, devido ao especial sistema self-service e sua variedade de alimentos. O ritmo frenético foi quebrado pela voz firme e depois embargada de Franciele. Entre o vapor das panelas, o passa-passa de clientes se servindo, o tilintar dos pratos e a trela dos que comiam, foram desacelerados quando dona Marli saiu da cozinha e se encontrou com sua filha no meio do salão.
Os olhares se voltaram para elas. Dona Marli com roupa de trabalho e touca na cabeça, com as mãos ainda levemente enfarinhadas, marcando seu ofício diário, estava com ar de espanto e olhar surpreso. Franciele, com a voz embargada e o coração transbordando emoção, tomou o salão para um instante inesquecível.
“Hoje, no meio desse almoço que é tão igual e tão especial como todos os outros, eu preciso dizer algo. Mãe, você não é apenas a alma dessa cozinha, você é o coração de minha vida e a razão de estar aqui hoje. France tinha numa caixa na mão e uma fotografia na outra. Aqueles dois objetos tinham um significado especial”.
Franciele sempre soube do esforço que sua mãe. Dona Marli trabalhava como cozinheira e no tempo dos estudos de sua filha, estava desempregada. Ela foi dilapidando seu material de trabalho, de vez em quando, vendia uma de suas panelas para manter os compromissos com minha escola.
O silêncio foi quebrado por palmas calorosas. Alguns clientes enxugaram os olhos discretamente, tocados pela cena. A cozinheira Marli, emocionada, abraçou a filha, e naquele instante, cada refeição parecia ainda mais especial. Porque comida tem o poder de nutrir, mas quando vem acompanhada de amor e reconhecimento, alimenta a alma para sempre.
“Mãe, disse France. - O tempo passou, e todo o esforço de da senhora deu frutos. Hoje estou formada e já estagio na área de psicologia em escolas públicas. Um bom emprego está me esperando como profissional de nível superior e jurei a mim mesma que lhe faria essa homenagem na cozinha onde e senhoris estivesse. Essa panela é um presente simples, mas tem um significado celestial. Ela representa a renúncia maior de sua vida para me fazer chegar onde cheguei”.
Com um sorriso carinhoso, Ana entregou uma moderna panela de pressão para a mãe. Na outra segurava a foto de Franciele vestindo uma bata branca de psicóloga. Os clientes aplaudiram, emocionados com a cena. Dona Rosa segurou a panela nas mãos, os olhos cheios de lágrimas, e abraçou a filha com força.
Naquele momento, mais do que um presente, Franciele devolvia à mãe um pouco do amor e do sacrifício que sempre recebeu dela e como filha agradecida deixou um exemplo de reconhecimento e amor, marcado por aquele momento de: “Homenagem com sabor de Emoção e cheiro de Gratidão”.
Franciele Ferreira dos Santos, esse é seu nome, tem 24 anos, é solteira, estava à mesa com sua colega mais chegada, Maria Antônia e deixou com o Dr. Gidalti editor do Portalfolha palavras de estimulo a outras estudantes que lutam para vencer nos estudos: “Lutem e muito na vida. Não desistam nunca, estudem sempre e não abram mão do apoio da mãe, da família, dos amigos e escolham
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